Capítulo 01 | Novel 'Benção do Oficial do Céu'

setembro 03, 2021 0

CAPÍTULO 01 - Prólogo

Benção do Oficial do Céu






Entre todos os deuses e budas no céu, havia um famoso por ser a piada dos três reinos.

As lendas diziam que, oitocentos anos atrás, havia um antigo reino nas terras centrais chamado Xianle.

O Reino de Xianle possuía terras amplas e generosas em recursos. Havia quatro tipos de tesouro no reino: belezas etéreas, música vibrante e literatura admirável, ouro e joias, e seu infame príncipe herdeiro.

Qual seria a melhor maneira de descrever o príncipe herdeiro? Bem, ele era um homem único.

Ele era amado pelo rei e pela rainha, e era extremamente dotado. Os governantes frequentemente proclamavam: "Meu filho se tornará um grande regente no futuro, seu reinado ficará marcado na história!"

Entretanto, o príncipe herdeiro não dava a mínima para poder imperial ou riquezas mundanas.

O que ele se interessava, em suas próprias palavras, era...

"Salvar o mundo!"[1]




Quando era mais novo, o príncipe focava-se apenas em sua cultivação, e havia duas histórias que eram espalhadas sobre sua trajetória.

A primeira história aconteceu quando ele tinha dezessete anos.

Naquele ano, uma grande Procissão Cerimonial Celestial Shangyuan[2] ocorreu no Reino de Xianle.

Apesar da tradição de conduzir essas cerimônias divinas estar fora de moda há séculos, ainda é possível deduzir o quão grande e jubilosa era essa ocasião através de livros antigos e tradição oral.

O espantoso Festival Shangyuan, que ocorria na Grande Avenida Marcial.

Mares de pessoas se espremiam em ambos os lados da enorme rua, com membros da realeza e nobreza conversando e rindo em cima de altas plataformas. Os gloriosos guardas reais vestidos com armaduras brilhantes abriam o caminho enquanto as donzelas dançavam elegantemente, suas belas mãos espalhando flores; e quem conseguiria dizer quem eram mais bonitas, as flores ou as donzelas? Da carreta dourada soava uma música melódica que flutuava pelo ar de toda a cidade imperial, e vindo por último na procissão havia um enorme palco puxado por dezesseis corcéis brancos com arreios dourados.

Em cima desse imponente palco estava o Guerreiro que Adora aos Deuses, a quem todos focavam sua atenção.

Na Procissão Cerimonial Celestial, o Guerreiro que Adora aos Deuses usava uma máscara dourada. Vestido com um traje glamuroso e brandindo uma espada, ele atuava como o principal deus marcial de mil anos que subjuga o mal: o Imperador Marcial Celestial, Jun Wu.

Era a mais alta honra ser escolhido para representar o Guerreiro que Adora aos Deuses, e os critérios de seleção eram extremamente rígidos. O escolhido daquele ano era o tal príncipe herdeiro. Todos no reino acreditavam que ele faria a mais emocionante performance do Guerreiro que Adora aos Deuses já vista.

Contudo, um acidente aconteceu naquele dia.

Durante o terceiro circuito da procissão, o grupo passou por uma muralha da cidade com dezenas de metros de altura. Naquela hora, o deus marcial em cima do palco estava prestes a atingir o demônio com um golpe fatal. Era o clímax da performance, com pessoas de ambos os lados da rua no auge da excitação. O topo da muralha também era preenchido com inúmeros espectadores agitados para ver o espetáculo, puxando e empurrando uns aos outros.

Naquele momento, uma pequena criança caiu da beira da muralha.

Os gritos chegaram aos céus. Justamente quando todos achavam que a criança iria manchar a Grande Avenida Marcial de sangue, o príncipe herdeiro olhou para cima, saltou do palco e pegou o garoto.

Os espectadores tiveram apenas um vislumbre da silhueta branca que voou como um pássaro altaneiro antes que o príncipe herdeiro pousasse com a pequena criança em seus braços. A máscara dourada caiu e revelou o jovem e belo rosto que cobria.

No instante seguinte, aplausos explodiram.

As pessoas estavam emocionadas e alegres, mas os guoshi[3] do salão de cultivação real pareciam aflitos.

Eles nunca imaginariam que um problema de tal magnitude ocorreria. Que sorte agourenta! O mais grave dos infortúnios!

Os guoshi estavam tão perturbados que seus cabelos caíam mais rápido que pingos de chuva. Após muito contemplarem, eles chamaram o príncipe herdeiro para conversar.

"Sua Alteza, o senhor estaria disposto a encarar a parede em reflexão por um mês? Não precisa ser um mês de fato, contanto que as intenções sejam verdadeiras." Eles requisitaram de maneira cortês.

"Não," o príncipe herdeiro sorriu e continuou, "Não há nada de errado em salvar pessoas. Por que os céus me condenariam por fazer algo certo?".

"Uh... mas e se os céus o fizerem?" Os guoshi protestaram.

"Então, os céus estão errados. Por que eu pediria desculpas a quem está errado?".

Os guoshi não conseguiam argumentar.

O príncipe herdeiro era esse tipo de pessoa.

Ele nunca havia enfrentado nada que não conseguisse fazer, nem nunca havia conhecido alguém que não o amasse. Ele era a própria justiça no reino mortal, o centro do mundo.

Apesar dos guoshi ficarem frustrados ― "E do que diabos você sabe?!" ― não era o lugar deles continuar discutindo, e eles não ousaram continuar a discussão, independentemente. Sua Alteza não os teria escutado de qualquer forma.




A segunda história também ocorreu no ano em que o príncipe herdeiro tinha dezessete anos.

As lendas diziam que ao sul do Rio Amarelo havia uma ponte chamada Yinian[4]. Nessa ponte existia um fantasma vivendo ali por anos.

Este fantasma era extremamente assustador: vestia uma armadura quebrada, as chamas do karma queimavam abaixo de seus pés e seu corpo era coberto de sangue e perfurado com vários tipos de armas afiadas. Cada passo que dava deixava para trás uma pegada de sangue e fogo. A cada poucos anos, ele surgia de repente à noite e perambulava para cima e para baixo na ponte, bloqueando o caminho de viajantes para fazer-lhes três perguntas.

"O que é esse lugar?".

"Quem sou eu?".

"O que eu devo fazer?".

O fantasma então devorava qualquer um que respondesse incorretamente. Entretanto, ninguém sabia quais eram as respostas corretas. E com o passar dos anos, o fantasma devorou inúmeros viajantes.

Durante sua peregrinação, o príncipe herdeiro ouviu essas histórias. Então, ele procurou e encontrou a Ponte Yinian, montando guarda noite após noite, até que, finalmente, encontrou o fantasma assombroso.

Quando o fantasma apareceu era, definitivamente, tão assustador quanto as lendas descreviam. Ele fez a primeira pergunta ao príncipe herdeiro, que respondeu com um sorriso.

"Este lugar é o mundo humano."

Contudo, o fantasma rebateu, "Este lugar é o abismo."

Um começo auspicioso. A primeira resposta já estava incorreta.

"Bem, todas as três respostas estarão incorretas de qualquer forma", o príncipe herdeiro pensou. "Então, por que eu deveria esperar você terminá-las?".

Portanto, ele desembainhou sua arma e atacou.

Esta luta foi um completo caos. O príncipe herdeiro era proficiente em artes marciais, mas aquele fantasma era aterrorizante e destemido. O homem e o espírito lutaram tão bravamente que o sol e a lua brigaram entre si. No final, o fantasma foi finalmente derrotado.

Depois de aniquilar o inimigo, o príncipe herdeiro plantou uma árvore florida no começo da ponte. Naquele momento, um cultivador passava por perto e o viu espalhar um punhado de cinzas para despachar o fantasma.

"O que está fazendo?" Ele perguntou.

E assim, o príncipe herdeiro proferiu a agora famosa frase: "Corpo no abismo, coração no paraíso".

Quando o cultivador ouviu isto, abriu um leve sorriso. Ele então transformou-se em um guerreiro divino vestido em uma armadura branca, com nuvens auspiciosas sob seus pés, e cavalgou ao vento em uma luz sagrada. Apenas então o príncipe percebeu que acidentalmente havia conhecido o Imperador Marcial Celestial, que havia pessoalmente descido ao reino dos mortais para derrotar o mal.

Todos os deuses e seres celestes já tinham conhecimento desse ilustre Guerreiro que Adora aos Deuses por sua façanha na Procissão Celestial Shangyuan.

Após seu encontro na Ponte Yinian, as divindades perguntaram ao Imperador: "O que nosso lorde acha dessa alteza real?".

O Imperador respondeu: "O futuro dessa criança é infinito."

Naquela noite, um fenômeno divino se manifestou nos céus acima do palácio e tempestades assolaram o reino.

Entre os lampejos dos relâmpagos e os rugidos dos trovões, o príncipe herdeiro ascendeu.




Sempre que um mortal ascendia, o reino celestial era sacudido. Quando o príncipe herdeiro ascendeu, o reino celestial inteiro chacoalhou três vezes mais que o normal.

Alcançar uma cultivação frutífera era deveras difícil. Requeria talento, treinamento e chances. Era muitas vezes uma longa estrada de centenas de anos para que um deus nascesse.

Não é como se não houvesse nenhuma alma sortuda que se tornou divindade ainda jovem. A maioria, entretanto, exauria sua vida inteira treinando por séculos, e mesmo assim nenhuma calamidade divina[5] aparecia para eles. Mesmo se enfrentassem uma calamidade divina, eles morreriam se não conseguissem superá-la; e mesmo se não morressem, estariam arruinados. Os números de cultivadores eram tão grandes quanto as areias do Ganges, porém a maioria era apenas simples e ignorantes mortais que passariam suas vidas inteiras como nada além de cultivadores ordinários, nunca encontrando seus próprios caminhos.

Todavia, essa alteza real era sem dúvidas o queridinho dos céus. O que quer que quisesse, ele conseguia; o que quer que quisesse fazer, ele obtinha êxito sobre. Ele queria ascender e se tornar um deus, então, na breve idade de dezessete anos, ele o fez.

O príncipe sempre seguiu o desejo do povo, e o rei e a rainha o amavam e sentiam sua falta grandemente. Para honrar seu filho, o rei ordenou que construíssem templos e santuários por toda a terra, que estátuas do príncipe herdeiro fossem erguidas e adoradas por todos. Quanto mais seguidores apareciam, mais templos eram criados, prolongando assim cada vez mais a vida do príncipe herdeiro e tornando seus poderes espirituais mais fortes. Desse modo, em apenas alguns curtos anos, o Príncipe Herdeiro do Palácio de Xianle se tornou incomparavelmente glorioso e, por algum tempo, sua prosperidade e esplendor atingiram seu auge.

Até três anos depois, quando Xianle caiu em caos.




A causa do caos era a tirania, com rebeldes ascendendo em revolta. Entretanto, enquanto as chamas da guerra incandesciam no reino dos mortais, as divindades do reino celestial não podiam facilmente intervir. A menos que fantasmas, monstros ou demônios estivessem envolvidos, tudo o que não cabia dentro desses parâmetros devia ser deixado lidar por conta própria.

Imagine que conflitos existiam em todo lugar no reino dos mortais e todos acreditavam que eles tinham razão. Portanto, se qualquer um quisesse meter-se a ajudar, hoje você conseguiria de volta seu reino e amanhã outro vingaria seus descendentes. Dessa forma, não existiriam deuses que lutariam uns contra os outros e cairiam em uma vida de desgraça?

Uma situação como essa significava que o príncipe herdeiro deveria manter distância. Contudo, ele não podia se importar menos.

Ele disse ao Imperador Celestial: "Eu vou salvar o mundo."

O Imperador Celestial possuía milhares de anos de poder divino, mas mesmo ele não se atreveria a dizer aquelas palavras. Quando escutou isso, era fácil de se imaginar como se sentiu, no entanto, ele não podia fazer nada com o príncipe herdeiro.

Portanto, disse: "Você não pode salvar a todos."

"Eu posso," o príncipe herdeiro declarou.

Assim, ele desceu ao reino mortal sem olhar para trás.

Naturalmente, o povo de Xianle regozijou-se. Entretanto, desde os tempos antigos havia uma verdade que sempre percorreu o mundo humano: quando os deuses descendem ao reino dos mortais sem permissão, nunca há um bom resultado.

Dessa forma, não somente as chamas da guerra não foram extintas, como resplandeceram ainda mais.

Não era como se o príncipe herdeiro não trabalhasse duro, mas teria sido melhor que não tivesse intervindo de maneira alguma. Quanto mais ele trabalhava, mais desordem a guerra causava; o povo de Xianle estava devastadoramente esgotado e surrado, o número de feridos e de baixas era alarmante e, no final, uma praga varreu toda a cidade imperial, deixando que o exército dos rebeldes conseguisse tomar o palácio e acabar com a guerra.

Se Xianle estava originalmente sendo segurado por um fio, podia-se dizer que o príncipe herdeiro veio e o cortou diretamente.




Depois da queda do reino, as pessoas finalmente perceberam uma coisa: o príncipe herdeiro que eles adoravam como um deus nunca foi perfeito ou forte como haviam imaginado.

Mais severamente, ele não era apenas um lixo inútil que não conseguia fazer nada certo?!

Sem nada que pudessem fazer para descarregar sua angústia e dor de perder suas casas e famílias, o povo esgotado furiosamente invadiu os Palácios do Príncipe Herdeiro, derrubou suas estátuas e queimou seus templos divinos.

Oito mil templos foram queimados por sete dias e sete noites, e arderam em chamas até que não restasse nada. Daquele momento em diante, o deus marcial que protegia a paz e a segurança desapareceu, e o Deus do Infortúnio que trazia desastres nasceu em seu lugar.

Quando as pessoas lhe chamam de deus, então você é um deus. Se eles lhe chamam de lixo, então você é um lixo. Você é o que quer que eles dizem que é. Sempre foi assim.

O príncipe herdeiro não conseguia aceitar essa realidade não importava como, e o que não conseguia aceitar mais ainda era a punição que recebeu por suas transgressões: banimento.

Seus poderes espirituais foram selados e ele foi jogado de volta ao reino dos mortais.

O príncipe havia crescido sendo infinitamente mimado e nunca havia provado dos sofrimentos do mundo humano antes, entretanto, sua punição o atirou das nuvens diretamente na lama. E nesta lama, pela primeira vez, ele entendeu o sabor da fome, pobreza e imundice. Esta também foi a primeira vez que ele fez coisas que nunca imaginaria fazer por vontade própria: começou a roubar, furtar, xingar em voz alta e desistiu de si mesmo. Ele havia perdido toda a dignidade, não havia sobrado autoconfiança em seu ser e estava tão desarrumado quanto alguém podia imaginar. Mesmo seus mais fiéis servos não conseguiram aceitar sua mudança e escolheram deixá-lo.

"Corpo no abismo, coração no paraíso". Essa frase havia sido gravada em monumentos de pedra e placas por todo lugar em Xianle. Se a guerra já não tivesse queimado quase todo o reino e o príncipe herdeiro chegasse a ver o que havia sobrado dessas palavras, ele provavelmente seria o primeiro a correr e destruir o que restava.

A própria pessoa que havia proferido essas palavras havia pessoalmente provado que quando o corpo estava no abismo o coração não poderia estar no paraíso.




Ele rapidamente ascendeu aos céus, porém sua queda das graças foi mais rápida ainda. Aquela cena gloriosa na Grande Avenida Marcial, ter enfrentado o mal na Ponte Yinian, aquilo parecia ter acontecido ontem. Contudo, depois do reino celestial murmurar sobre estes eventos por um tempo, o que estava no passado ficou no passado.

Não foi até um dia, muitos anos depois, que um enorme estrondo reverberou pelos céus. Essa alteza real ascendeu pela segunda vez.

Através da história, oficiais celestiais que haviam sido banidos ou nunca conseguiam recuperar-se, ou caíam no reino dos fantasmas. Não havia muitos que conseguiam virar a página após caírem. Sua segunda ascensão era realmente grandiosa e espetacular.

O que era ainda mais espetacular, no entanto, foi que após ter ascendido, avançou com tudo no reino celestial e furioso criou um grande tumulto. Dessa forma, ele ascendeu apenas pelo período de um incenso antes de ser jogado de volta.

O período de um incenso. Esta seria lembrada como a ascensão mais rápida e mais curta de toda a história.

Se a sua primeira ascensão podia ser lembrada uma bela fábula, a segunda não passava de uma farsa.




Tendo sido banido duas vezes, o reino celestial olhava para o príncipe com total desprezo. Porém, nesse desprezo também havia cautela. Afinal, ele já era ameaçador e parecia no limite durante seu primeiro banimento. Agora que havia sido banido duas vezes, ele não poderia ficar insano e tentar se vingar do mundo?

Contudo, quem imaginaria, depois de ter sido banido desta vez, ele não ficou insano e até mesmo começou a se ajustar de forma sincera à sua vida mortal. Não havia nenhuma controvérsia a ser declarada, o único problema era que... ele não estava levando as coisas um pouco a sério demais?

Algumas vezes ele se apresentava no final da rua, talentosamente tocando algum instrumento e cantando qualquer canção, até mesmo quebrar pedregulhos em seu peito não era algo difícil para si. Mesmo que os rumores dissessem que essa alteza real podia cantar e dançar e era um mestre de muitos talentos, inacreditavelmente, todos os seus talentos estavam sendo testemunhados de tal maneira que faziam os outros se sentirem perturbados. Outras vezes, ele diligente e humildemente ia coletar velharias.

Todas as divindades estavam totalmente chocadas.

Era impensável que as coisas pudessem chegar a esse ponto. Naquele momento, se alguém lhe dissesse "o filho que você deu à luz parece o Príncipe Herdeiro de Xianle" seria um xingamento mais cruel que "espero que você morra sem filhos".

Uma vez ele foi o nobre e gracioso príncipe herdeiro, um oficial celeste de categoria divina. Mas não havia ninguém além dele que havia conseguido deteriorar-se a esse ponto.

E então, essa é a história do homem que era conhecido por ser a piada dos três reinos.

Depois de rir, aqueles mais sentimentais talvez até chegassem a suspirar. O queridinho dos céus, que uma vez chegou tão alto, havia verdadeira e completamente desaparecido.

Estátuas divinas tombadas, reino nativo destruído e nem um único seguidor remanescente. Gradualmente, ele havia sido esquecido pelo mundo.

Assim, ninguém sabia para onde o príncipe havia ido depois.




Ainda mais anos se passaram. Subitamente, um dia, houve outro estrondo nos céus. O céu caiu e a terra rachou, o chão tremeu e as montanhas sacudiram.

As lanternas de luz eterna estremeceram, as luzes do fogo dançaram em fúria e todos os oficiais celestiais acordaram aos sustos dentro de seus palácios dourados, todos eles perguntando uns aos outros.

"Que nova divindade ascendeu?".

"Que entrada grandiosa!".

Entretanto, quem imaginaria que eles apenas exclamariam por um momento, pois no próximo segundo todos os deuses e budas do céu ficaram perplexos.

Você de novo?

Aquele infame estranho, a piada dos três reinos, a lendária sua alteza o príncipe herdeiro, ele—ele—ele—ele ascendeu de novo!



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[1]"Mundo" / "Pessoas Comuns"; a palavra usada aqui refere-se às "pessoas do reino mortal".

[2] O Festival Shangyuan é também conhecido como Festival das Lanternas e marca o 15º e último dia do Ano Novo Lunar. É um dia para adorar e celebrar as divindades celestiais.

[3] "Guoshi" pode ser traduzido como "Instrutor Imperial/Estatal". É uma posição de alto nível no governo que também se refere às responsabilidades religiosas. Guoshis servem como chefes de estado religiosos sob o comando do Imperador e são os tutores, capelães e confidentes do Imperador e seus descendentes diretos.

[4] [一念] (Yinian) significa "um pensamento" ou "pensamento efêmero". Essa também é a primeira metade da expressão idiomática "Tomar uma decisão errada em um momento de fraqueza".

[5] Antes que um cultivador taoísta possa ascender, ele ou ela deve passar pela provação de uma Calamidade Divina para que possa entrar nos céus. É geralmente ilustrado como uma tempestade assustadora cheia de raios incandescentes.


Traduzido por: Mia

Revisado por: Mia

TGCF Brasil



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